Escrito por Henrique Kiyoshi Ishihara - Café com economia
É difícil de se dar uma definição fiel sobre o que seria o "capital" na visão de Karl Marx, pois seu modelo teórico é longo e complexo, declaram FUSFELD (2003, p. 82) e HUNT (1986, p. 218). Para se tentar chegar a uma definição próxima do que Marx visava, serão utilizadas as definições desses dois autores citados. FUSDELD (2003, p. 84) afirma que Marx via o capitalismo como sendo um sistema gigantesco por meio do qual o tempo de trabalho empregado, primeiro é transformado em lucro, e, de lucro, em capital. FUSFELD (2003, p. 84) ainda complementa dizendo que enquanto o tempo de trabalho pertencia ao trabalhador, o capital seria propriedade do capitalista. A segunda definição dada é de HUNT (1986, p. 238) que diz que o capital não é uma coisa, mas uma relação de produção social definida, relativa a uma formação histórica da sociedade, e que se manifesta em uma coisa, conferindo-lhe um carácter social específico. Ainda afirma HUNT (1986, p.238) que o capital é o meio de produção monopolizado por certa parte da sociedade, em que a força de trabalho humano é um produto e as condições de trabalho são independentes desta mesma força de trabalho, e que portanto o capital aparece cada vez mais como uma força social cujo agente é o capitalista.
Portanto conclui-se que é importante se ter em mente que a definição de "capital" para Karl Marx vai além de um simples objeto, ou seja, é preciso entender que o estudo de Marx é profundo e holístico, pois é feito uma análise do capital de acordo com paradigmas sociais, políticos e econômicos. Mas a grosso modo, pode-se dizer que o capital é um bem que sempre busca mais-valia. Pode-se citar como exemplo a seguinte situação: um imóvel é uma riqueza, porém este mesmo imóvel só pode ser considerado capital quando ele está produzindo algo, ou seja, uma riqueza que está em busca de mais valia e mais capitalização. Se este imóvel é usado apenas como casa de praia para passeio, ele não pode ser considerado 100% como um capital pois a princípio ele não visa produção de mais capital, ele visa suprir um bem estar individual, ou seja, ele é um bem para consumo próprio que não gera mais-valia. O imóvel somente será considerado um capital quando ele for utilizado como estrutura para uma atividade comercial (assim gerando mais-valia) ou quando ele for um objeto de especulação imobiliária. Na especulação imobiliária, o capitalista espera que o imóvel seja valorizado pelo sistema capitalista, após essa valorização ocorrer, o capitalista vende o imóvel e recebe mais-valia por ele.
Fonte:
HUNT, E. K. História do pensamento econômico. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1986. p. 218 a 242.
FUSFELD, Daniel R. A era do economista. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 82 a 91.
HUNT, E. K. História do pensamento econômico. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1986. p. 218 a 242.
FUSFELD, Daniel R. A era do economista. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 82 a 91.
Nenhum comentário:
Postar um comentário