sábado, 8 de novembro de 2014

07 - UTILIDADE CARDINAL E UTILIDADE ORDINAL

UTILIDADE CARDINAL

A utilidade como medida da satisfação é também chamada de utilidade cardinal. A utilidade cardinal 'quantifica' o bem-estar do indivíduo.
A teoria do comportamento do consumidor parte do principio de que o valor depende da utilidade, isto é, da avaliação subjetiva que o consumidor atribui às diversas mercadorias. 
Essa teoria se fundamenta nos princípios neoclássicos e não está isenta de críticas, mas é a mais comumente encontrada nos manuais de microeconomia. Ela se divide em dois: a teoria da utilidade cardinal, a teoria da utilidade ordinal e elas serão abordadas seguindo a historia do pensamento econômico.
A teoria da utilidade cardinal conceitua a utilidade como a capacidade de um determinado bem de satisfazer desejos e necessidades humanas. 
Parte das seguintes hipóteses neoclássicas:
1. O consumidor é racional e tem conhecimento perfeito de suas preferências e condições do mercado; busca a maximização de sua utilidade tendo como limitação o nível de renda. 
Isso equivale a dizer que o consumidor está sempre buscando o máximo benefício com o mínimo de esforço. Esse é um princípio ligado ao ser humano.
2. A satisfação obtida ao consumir um conjunto de bens e serviços pode ser medida e expressa por uma função de utilidade, do mesmo modo que qualquer conceito objetivo, tal como temperatura, peso, volume e altura, por meio de medidas cardinais.
O consumidor pode dar valores para medir a satisfação, a utilidade auferida pelo consumo de determinada quantidade de um produto, partindo do princípio que ele valoriza mais aquilo que lhe traz mais prazer e estaria dispostas a pagar mais por algo que tenha maior utilidade.
3. Acréscimos no consumo de um determinado produto geram, coeteris paribus, aumentos decrescentes na utilidade total.
Exemplo:
Se, num dia, damos uma barra de chocolate a uma criança provavelmente a barra lhe trará uma satisfação, um prazer muito grande, gerando uma grande utilidade. 
Se, em seguida, damos uma segunda barra de chocolate, a utilidade total será maior. A utilidade total representa a soma da utilidade proporcionada pela primeira mais a utilidade adicionada pela segunda. Porém, essa segunda unidade será recebida provavelmente com menos entusiasmo com que foi recebida a primeira barra. 
A terceira barra tornará a satisfação total ainda maior, mas a utilidade acrescentada por esta última possivelmente será menor que a anterior. 
Se formos aumentando o número de barras de chocolate chegaremos ao ponto em que uma unidade adicional de chocolate representará para a criança um beneficio tão pequeno que para ele será quase indiferente receber ou não essa barra adicional. 
Isso acontece porque ao consumir chocolate até a saciedade, este deixa de ser para a criança um produto escasso, desejado. 

Teoria Cardinalista - Jevons, Menger e Walras (cerca de 1871)
Gráfico feito por: Wagner Leal Ariente (Professor de Introdução á Economia - UFSC)




UTILIDADE ORDINAL

Os economistas Fischer (1892) e Pareto (1906) contornaram os principais problemas da teoria cardinal e deram à teoria do comportamento do consumidor a forma que conhecemos hoje. Essa formulação é conhecida como Teoria Ordinal do comportamento do consumidor.
comportamento do consumidor.
Antes, reconhecendo que o consumidor prefere alguns bens e serviços a outros, introduziram uma ordem de preferência para qualificar a utilidade.
Assim pode-se dizer que um bem tem mais utilidade do que outros, mas não se estabelece a quantidade de utilidade correspondente de cada um. Para a teoria ordinal, se uma pessoa prefere chá a café, o chá para essa pessoa, tem mais utilidade que o café. Mais uma vez, é importante ressaltar que a teoria ordinal apenas ordena bens, não lhes atribuindo qualquer quantidade de utilidade.
A abordagem ordinal da teoria do consumidor representa uma linha de pensamento mais recente, em relação à abordagem cardinal.
Sua característica fundamental está no fato de rejeitar a hipótese de mensurabilidade quantitativa da utilidade, substituindo-a pela hipótese de comparabilidade.
Assim, para a abordagem ordinal, a utilidade não é mensurável, mas comparável. É, portanto, pela comparação das utilidades das coisas que o consumidor escolhe as diferentes alternativas de consumo de bens ou de combinações de bens capazes de atender a suas necessidades.
Os economistas reconheceram que, no que no que diz respeito ao comportamento da escolha, tudo o que interessava saber a respeito da utilidade era se uma cesta tinha uma maior utilidade do que a outra – o quanto era maior não importava.


Gráfico feito por: Wagner Leal Ariente (Professor de Introdução á Economia - UFSC)

Gráfico feito por: Wagner Leal Ariente (Professor de Introdução á Economia - UFSC)


Escrito por: Ândria Marcela Padilha







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