domingo, 23 de novembro de 2014

20 ANOS DO PLANO REAL: EXPLOSÃO DA DÍVIDA PÚBLICA

20 ANOS DO PLANO REAL: EXPLOSÃO DA DÍVIDA PÚBLICA

Palestrante: Rodrigo Vieira de Avila – Auditória Cidadã da Dívida

ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO 2013



PARA ONDE VÃO AS DESPESAS?

Principais:

-  40,30% vão para juros e amortização da dívida de 2013 R$ 718 bilhões de

reais

- Somente 3,7% para a educação (universidades, escolas, escolas técnicas

etc.)

- 4,29% para a saúde. Devido ao pouco investimento na área da saúde,

surgem os problemas como: filas para atendimento, precariedade nos

hospitais, estruturas antigas, faltas de médcos etc.

DE ONDE VEM A DÍVIDA?

1995-2013: O setor financeiro ganha com a dívida pública.

PLANO REAL (1994)

- Combate á inflação por meio da URV (Unidade Real de Valor)

- Altas taxas de juros atraem o capital estrangeiro especulativo (é um montante

de recursos alocado sem a intenção de gerar lucro via trabalho ou produção e

é aquele que compra um “sistema” esperando sua valorização, e vende logo

após isso ocorrer) para a formação de reservas internacionais,

sobrevalorizando o câmbio.

- Assim, há maciça importação de toda espécie de produtos estrangeiros

(“âncora cambial”) sendo que o capital estrangeiro financia os déficits em

transações correntes.

- A alta taxa de juros implicava diretamente no aumento da dívida pública

“interna”.

- A compra de dólares pelo Banco Central, para o acúmulo de reservas,

sustentação do Plano Real, implicava em aumento da base monetária, que

deveria ser esterilizada por meio do lançamento de títulos da dívida interna.

- A âncora cambial, que foi um instrumento de política econômica que visa

atrelar a moeda nacional a uma moeda estrangeira forte, geralmente o dólar

americano, buscando com isso a estabilização da moeda nacional, caiu com as

crises financeiras. México (1994), Brasil (1999), Argentina (2001).

- Ataques especulativos é a venda ostensiva de moedas feita por investidores

que pretendem forçar o governo a promover uma desvalorização. Foi o que

aconteceu no Brasil no início de 1999, quando o governo adotou o câmbio livre.

E os estrangeiros tiram seu capital do país.

- O câmbio livre ocorre quando a taxa cambial é resultante da livre oferta de

quem oferece a  moeda estrangeira, não se encontrando assim subordinada a

qualquer taxa ou cotação oficial imposta pelo poder público

- Em 1999 ocorre a maxi-desvalorização do real, que seria de 6% e 12%.

JUROS ALTOS SÃO NECESSÁRIOS?

IPCA (Índice Nacional ao Consumidor Amplo) acumulado no Plano Real (Julho

de 1994 á Agosto de 2014) 362,93%.

PREÇOS ADMINISTRADOS PELO GOVERNO:

Combustíveis domésticos: 915,25%

Combustíveis de veículos: 426,08%

Transporte Público: 561,11%

Energia Elétrica Residencial: 428,82%

Plano de Saúde: 670,55%

Comunicação: 826,56%

1999: Regime de Metas da inflação. Tese da “inflação da demanda” que é o

processo inflacionário gerado pelos preços que sobem porque há aumento

geral da demanda sem um acompanhamento no crescimento da oferta.

ALTAS TAXAS DE JUROS CONTROLAM A INFLAÇÃO?

Inflação do Plano Real: causada principalmente pelos preços administrados

pelo governo e mais recentemente pela alta de alimentos devido a fatores

climáticos.

A taxa de juros não possui nenhum efeito sobre custos das empresas,

elevando-se os preços e inibindo o investimento.

Escrito por: Ândria Marcela Padilha

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