20 ANOS DO PLANO REAL: EXPLOSÃO DA DÍVIDA PÚBLICA
Palestrante: Rodrigo Vieira de Avila – Auditória Cidadã da Dívida
ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO 2013
PARA ONDE VÃO AS DESPESAS?
Principais:
- 40,30% vão para juros e amortização da dívida de 2013 R$ 718 bilhões de
reais
- Somente 3,7% para a educação (universidades, escolas, escolas técnicas
etc.)
- 4,29% para a saúde. Devido ao pouco investimento na área da saúde,
surgem os problemas como: filas para atendimento, precariedade nos
hospitais, estruturas antigas, faltas de médcos etc.
DE ONDE VEM A DÍVIDA?
1995-2013: O setor financeiro ganha com a dívida pública.
PLANO REAL (1994)
- Combate á inflação por meio da URV (Unidade Real de Valor)
- Altas taxas de juros atraem o capital estrangeiro especulativo (é um montante
de recursos alocado sem a intenção de gerar lucro via trabalho ou produção e
é aquele que compra um “sistema” esperando sua valorização, e vende logo
após isso ocorrer) para a formação de reservas internacionais,
sobrevalorizando o câmbio.
- Assim, há maciça importação de toda espécie de produtos estrangeiros
(“âncora cambial”) sendo que o capital estrangeiro financia os déficits em
transações correntes.
- A alta taxa de juros implicava diretamente no aumento da dívida pública
“interna”.
- A compra de dólares pelo Banco Central, para o acúmulo de reservas,
sustentação do Plano Real, implicava em aumento da base monetária, que
deveria ser esterilizada por meio do lançamento de títulos da dívida interna.
- A âncora cambial, que foi um instrumento de política econômica que visa
atrelar a moeda nacional a uma moeda estrangeira forte, geralmente o dólar
americano, buscando com isso a estabilização da moeda nacional, caiu com as
crises financeiras. México (1994), Brasil (1999), Argentina (2001).
- Ataques especulativos é a venda ostensiva de moedas feita por investidores
que pretendem forçar o governo a promover uma desvalorização. Foi o que
aconteceu no Brasil no início de 1999, quando o governo adotou o câmbio livre.
E os estrangeiros tiram seu capital do país.
- O câmbio livre ocorre quando a taxa cambial é resultante da livre oferta de
quem oferece a moeda estrangeira, não se encontrando assim subordinada a
qualquer taxa ou cotação oficial imposta pelo poder público
- Em 1999 ocorre a maxi-desvalorização do real, que seria de 6% e 12%.
JUROS ALTOS SÃO NECESSÁRIOS?
IPCA (Índice Nacional ao Consumidor Amplo) acumulado no Plano Real (Julho
de 1994 á Agosto de 2014) 362,93%.
PREÇOS ADMINISTRADOS PELO GOVERNO:
Combustíveis domésticos: 915,25%
Combustíveis de veículos: 426,08%
Transporte Público: 561,11%
Energia Elétrica Residencial: 428,82%
Plano de Saúde: 670,55%
Comunicação: 826,56%
1999: Regime de Metas da inflação. Tese da “inflação da demanda” que é o
processo inflacionário gerado pelos preços que sobem porque há aumento
geral da demanda sem um acompanhamento no crescimento da oferta.
ALTAS TAXAS DE JUROS CONTROLAM A INFLAÇÃO?
Inflação do Plano Real: causada principalmente pelos preços administrados
pelo governo e mais recentemente pela alta de alimentos devido a fatores
climáticos.
A taxa de juros não possui nenhum efeito sobre custos das empresas,
elevando-se os preços e inibindo o investimento.
Escrito
por: Ândria Marcela Padilha
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